Tuesday, November 18, 2008


        Já passava das 5 horas daquela manhã quente. O Sol ameaçava subir e iluminar a face da Terra por entre as nuvens brancas que pendiam do vasto azul claro do céu. Chegávamos em casa, embriagadas, tentando acertar a chave no minúsculo buraco da maçaneta. Nem tomei conhecimento do dia bonito que estava pra nascer, apenas teu rosto, branco como a lua, prendia minha atenção.
        Com esforço, abri a porta. Entramos. E a fechei com a perna, por ter as mãos em volta do teu corpo quente, vacilante. O quarto parecia tão longe quanto a linda Paris que tanto te encanta. Não podia esperar até chegar a ele. Meu corpo, involuntariamente, te joga para o sofá - não, definitivamente não podia chegar ao quarto - e caía junto.
        Tua boca, doce oásis em meio ao calor que de nós fluía, juntava-se à minha, e nossas línguas dançavam um tango urgente de veludo molhado. Nossas mãos corriam com pressa por nossos corpos, caminhos conhecidos, mas sempre desafiadores e cada vez melhores. Até que meus dedos, temerosos, encontram tua outra boca, ainda mais úmida e aconchegante. Te ouço suspirando mais forte e essa vontade aumenta ainda mais. 
Movimento a mão cada vez mais rápido e teus suspiros se tornam gemidos, cada vez mais altos e excitantes. Teu corpo treme embaixo do meu e tua boca se abre, enqaunto me olhas por entre teus olhos semicerrados e revirados e abraço tua coluna arqueada e tua umidez escapando por entre meus dedos, enquanto me beijas freneticamente como se tentasse encontrar em mim teu fôlego, sendo que eu mesma não encontrava mais o meu.
        O Sol, então, invade a sala pelas frestas da janela fechada - como sempre- e banha nossos corpos e nossos rostos. E arfamos juntas até o momento de cairmos no sono, para repetir a dose na próxima noite.

[escrito dia 04/11/08, depois de um sarau perfeito, entre amigos, do ladinho dela.]

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